Um novo tipo de sensibilização

A pedagogia Willems^® é pouco conhecida por suas extensões instrumentais, embora ela sustente toda a progressão da iniciação musical até o solfejo.

A tendência atual nas escolas e conservatórios de música é acabar com a teoria da música e substituí-la pela prática instrumental coletiva. Projetos de orquestra escolar do tipo “DEMOS” estão se desenvolvendo na França, muitas vezes inspirados na experiência iniciada na Venezuela com “El Sistema“, e adaptados em vários países, como o Brasil com “NEOJIBA” em Salvador da Bahia.

É de grande interesse estar associado a tais abordagens. Porque o que está em jogo é o que a música pode trazer às crianças, e particularmente às crianças que estão longe da cultura.
Todas estas propostas têm esta preocupação social de levar música a todas as crianças, que também é o objetivo da proposta de Edgar Willems.

É neste espírito de colaboração que foram realizadas duas jornadas de conscientização nos dias 14 e 15 de fevereiro na França, e é no mesmo espírito que estamos preparando o Congresso brasileiro em Salvador da Bahia de 25 a 29 de julho de 2022 com o NEOJIBA.

Sensibilização na França

Liderados por Béatrice Chapuis-Westphal e Christophe Lazerges, dois dias de apresentação da pedagogia Willems® foram organizados pela EIMD – Ecole Intercommunale de Musique et de Danse de St Symphorien de Lay, em conjunto com o Conservatório Roanne, para professores de música do departamento do Loire.

A Federação Internacional Willems^® foi solicitada a fornecer-lhes ferramentas concretas que poderiam ajudá-los em seu trabalho diário. Os oradores, portanto, partiram dos objetivos da prática instrumental, levando e justificando uma preparação musical dos alunos de antemão.

Esta análise, apoiada por exemplos e práticas, permitiu aos professores presentes avaliar melhor as necessidades de seus alunos e orientar suas pesquisas pedagógicas em direções desconhecidas, em particular, retomando elementos básicos da educação musical como complemento ao seu ensino.

Então, cada parte de uma aula de música sobre o instrumento foi colocada em perspectiva com esta lição introdutória, ou seja, de acordo com Edgar Willems :

• Tocar o ouvido: repertório, qualidade de audição, canto, expressão…
  => desenvolvimento auditivo e vocal: sensorialidade
  => Desenvolvimento rítmico: plasticidade, modos rítmicos, polirritmo e independência das mãos…
• Tocar o leitura a prima vista : notas de relação/sons, e não notas/chaves, automatismo dos nomes das notas cantadas, preparação da audição interna…
  => desenvolvimento auditivo e vocal: consciência do movimento sonoro
• Tocar da memória: as diferentes memórias envolvidas, o desenvolvimento progressivo da memória, a memória global, a memória analítica, a audição interior…
  => desenvolvimento auditivo e rítmico: importância da dimensão expressiva que favorece a(s) memória(s).
• Tocar o improvisação: é através da improvisação que aprendemos, e não quando “sabemos” que podemos começar a improvisar. A improvisação é a melhor maneira de se apropriar da linguagem da música.
  => Os vários modos de improvisação: rítmico, melódico, harmônico
  => A relação entre o gesto instrumental instantâneo e sua ressonância com a audição interna, mais ou menos consciente, que leva e permite a evolução do discurso, inclusive de sua organização. 
  => Em todas as partes de uma aula de música introdutória, a improvisação é chamada.

O segundo dia foi dedicado à introdução da leitura e da escrita, e à preparação geral para o instrumento, o programa do 3º nível “Pré-sologético e Pré-instrumental”.
Foi também uma oportunidade de responder as perguntas dos professores o mais próximo possível de sua prática.

Estes dois dias permitiram mostrar a relevância da reflexão e da experiência da pedagogia Willems® neste contexto particular.